O que você esconde atrás do seu vício? | Gabor Maté

O que realmente está te aprisionando?

Você já se sentiu aprisionado, mesmo sem correntes ao seu redor?

Olhe para você agora. Consegue perceber o peso que o prende?

Não são correntes visíveis, mas distrações que consomem sua atenção e energia: notificações constantes, compras impulsivas, vídeos intermináveis.

É uma tragada no cigarro, aquela cervejada do fim de semana, ou qualquer coisa que te ajude a desviar o olhar.

O que você está tentando evitar?

O que você não quer encarar?

Desvendando os labirintos da mente humana

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Hoje, vamos explorar os labirintos da mente humana e entender as raízes profundas dos vícios.

Quantas vezes buscamos refúgio em comportamentos que, no fundo, sabemos que só nos fazem mal?

Talvez seja hora de olhar para dentro, de se reconectar com o que realmente importa.

Não é fácil, mas a cura para essas amarras pode estar exatamente aí: deixar de buscar fora o que sempre esteve dentro de você.

Você está pronto para dar esse passo e encontrar sua liberdade?

Vícios além das drogas: entenda os hábitos que te controlam

Vícios não se limitam a drogas ou álcool.

Gabor Maté, médico renomado e especialista em dependência, traz uma definição que transforma nossa visão sobre o tema:

O vício é um comportamento repetitivo que oferece prazer ou alívio temporário, mas causa consequências negativas a longo prazo. Mesmo assim, a pessoa não consegue parar, ou tenta e falha.

Essa definição vai além do óbvio.

Ela se aplica a qualquer hábito que, apesar de parecer inofensivo, acaba nos tornando dependentes: comprar sem necessidade, comer sem fome, perder horas nas redes sociais, trabalhar até a exaustão…

Você consegue identificar algum desses padrões na sua vida?

E a pergunta que fica é: por que recorremos a esses mecanismos, mesmo sabendo que eles nos aprisionam?

Por que buscamos alívio nos vícios? A resposta está na dor emocional

A resposta está na forma como lidamos com a dor emocional e o desconforto interno.

Muitas vezes, esses comportamentos viciantes são uma forma de fugir de algo mais profundo: sentimentos de vazio, solidão, rejeição ou até mesmo traumas não resolvidos.

Gabor Maté explica que o vício não é o problema em si, mas a solução que encontramos para aliviar nossa dor.

A questão não é: por que o vício? E sim: por que a dor?

Esses mecanismos funcionam como uma espécie de anestesia emocional.

No momento, eles parecem aliviar a angústia, mas, a longo prazo, só aumentam o peso que carregamos. E assim, o ciclo se repete.

Reconhecer esse padrão é o primeiro passo.

Entender que, no fundo, o vício é uma tentativa de atender a uma necessidade legítima – seja segurança, aceitação ou amor – abre caminho para buscar alternativas mais saudáveis e libertadoras.

A luta entre apego e autenticidade: o que te define?

Esses padrões de busca por alívio muitas vezes têm raízes profundas, que se formaram lá atrás, em momentos em que tivemos que escolher entre ser nós mesmos ou ser aceitos.

Todos nós nascemos com duas necessidades tão fundamentais quanto o ar que respiramos: a necessidade de apego e a necessidade de autenticidade.

O apego é conexão. 

É o amor, o cuidado, o sentimento de pertencer, de ser aceito.

A autenticidade, por outro lado, é ser quem você realmente é – sem máscaras, sem fingimentos.

É ouvir sua voz interior, seguir seus instintos, expressar suas emoções.

O problema é que essas duas necessidades nem sempre caminham juntas.

Muitas vezes, elas entram em conflito.

Quando a desconexão interna alimenta os vícios

Pense em uma criança que aprende cedo que demonstrar raiva ou tristeza é errado, que esses sentimentos são inaceitáveis.

Para ser aceita, ela precisa esconder suas emoções, sufocar sua essência e se moldar às expectativas dos outros.

Sem perceber, essa criança começa a se desconectar de si mesma.

Ela ignora seus sentimentos, sufoca sua voz interior… e é nesse terreno de desconexão que os vícios encontram espaço para crescer.

A dor e o vazio que surgem da desconexão de si mesma clamam por alívio, e é aí que recorremos a comportamentos viciantes.

Você consegue se lembrar de alguma escolha assim na sua infância?

Como o trauma molda nossos comportamentos e vícios

É nesse contexto de desconexão que o trauma encontra espaço para se instalar.

O trauma não se resume a grandes tragédias ou eventos catastróficos.

Ele pode ser sutil, silencioso, quase imperceptível.

É como uma ferida na alma – uma cicatriz invisível que molda nossas percepções, emoções e comportamentos.

Como um curativo temporário, o vício surge como uma tentativa de automedicação, uma forma distorcida de lidar com a dor do trauma.

Ele alivia a dor por um instante, mas nunca trata a causa; pelo contrário: aprisiona a pessoa em um ciclo interminável de busca por alívio, afastando cada vez mais a possibilidade de verdadeira cura.

Agora, pense comigo:

Você já sentiu que seu vício era uma forma de anestesiar uma dor que talvez nem soubesse como nomear?

O autocontrole como chave para a verdadeira liberdade

A verdadeira transformação – a libertação das nossas amarras – começa dentro de cada um de nós.

Os estoicos, como o imperador romano Marco Aurélio, nos ensinaram que a verdadeira liberdade está no autocontrole: na capacidade de governar a nós mesmos, de dominar nossos pensamentos e ações, independentemente das circunstâncias externas.

Marco Aurélio, cercado por poder, luxo e tentações, encontrou sabedoria em meio ao caos.

Em seu diário Meditações, ele registrou reflexões profundas sobre como viver uma vida virtuosa. Uma de suas lições mais valiosas nos lembra:

Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso, e encontrará a força.

Se um homem como Marco Aurélio, sob as pressões imensas do poder, conseguiu cultivar a paz interior, por que nós não conseguiríamos?

A lição dele é clara: a força que buscamos não está fora, mas dentro de nós.

Dica 1: A importância de buscar ajuda profissional

Se você sente que está pronto para iniciar sua jornada de transformação, aqui vão algumas dicas que podem te ajudar:

Encontrar um bom terapeuta pode ser o primeiro passo para entender melhor o que está acontecendo dentro de você. 

Ele vai te ajudar a desenvolver formas práticas de lidar com os vícios, de uma maneira que você não vai fazer sozinho.

Dica 2: Encontre atividades que te conectem com um propósito maior

Pode ser qualquer coisa que te faça sentir que você está se tornando a melhor versão de si mesmo – seja praticar um esporte, se expressar através da arte ou até mesmo se dedicar a um trabalho voluntário. 

O importante é se sentir realizado.

Dica 3: A influência das pessoas ao seu redor na sua transformação

As pessoas com quem você anda têm um impacto enorme na sua vida. 

Afaste-se de quem só te puxa para baixo e busque quem te motiva, te apoia e te faz querer ser uma pessoa melhor.

Dica 4: Cuide do seu corpo para fortalecer a mente

Não é só sobre o que você come, mas também sobre como você cuida do seu corpo.

Durma bem, faça exercícios, cuide da sua saúde. 

Corpo saudável, mente saudável – e vice-versa.

Dica 5: A gratidão como ferramenta de transformação pessoal

Olhe para as pequenas coisas boas do seu dia e seja grato por elas. 

Às vezes, os momentos simples são os que têm o maior poder de transformar o nosso estado de espírito.

Seja paciente consigo mesmo na jornada de autotransformação

E, acima de tudo: seja paciente e compassivo consigo mesmo.

A jornada de transformação não acontece da noite para o dia. 

É um processo com altos e baixos, mas cada passo dado é uma vitória.

E, com persistência, cada escolha, por menor que pareça, conta.

Como uma nova escolha pode te libertar de um vício

Nessa jornada de autodescoberta, eu também tive que enfrentar meus próprios desafios.

Deixa eu te contar uma coisa…

Por muito tempo, o cigarro foi meu fiel companheiro. 

Ele estava ali nos momentos de ansiedade, de estresse, sempre me oferecendo uma falsa sensação de alívio.

Mas, lá no fundo, algo dentro de mim sabia: “Essa não é a vida que você quer.”

Foi então que a corrida entrou na minha vida – uma surpresa, um novo caminho, como um sopro de ar fresco me convidando para a liberdade.

No começo, foi difícil. 

Cada passo era uma luta. 

Meu corpo reclamava, a vontade de desistir parecia enorme.

Mas, com o tempo, a corrida foi se tornando muito mais do que eu imaginava.

A cada quilômetro, a cada pequena vitória, algo dentro de mim começou a mudar. 

Uma força que eu não sabia que tinha.

E o cigarro, que antes parecia meu aliado, virou meu inimigo.

Ele me limitava, me impedia de respirar profundamente, de sentir o prazer de estar realmente vivo.

Você percebe a virada?

Quando um hábito saudável começa a competir com um vício, a balança começa a virar. 

E aquela escolha, que antes parecia impossível, começa a se tornar inevitável.

Passo a passo, com paciência e persistência, fui me libertando das amarras do cigarro.

E a corrida, que no começo era só um novo desafio, se tornou algo que me fortalece, que me conecta comigo mesmo, e que, mais do que tudo, me faz sentir vivo.

A libertação dos vícios: uma jornada de autoconhecimento

A libertação dos vícios é, sem dúvida, uma jornada desafiadora, mas também profundamente transformadora.

É um convite para olhar para dentro, curar nossas feridas e nos reconectar com nossa essência.

É sobre construir uma vida onde você é o protagonista da sua história, e não um refém dos seus vícios.

E você, está pronto para começar essa jornada?

Cerque-se de pessoas que te apoiam, que te incentivam, que te inspiram.

Compartilhe suas lutas, suas vitórias, suas vulnerabilidades.

O oposto do vício não é a sobriedade forçada, mas a conexão humana genuína, o amor, a compaixão, o pertencimento.

Compartilhe sua experiência e inspire outras pessoas na jornada de transformação

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Sua voz pode ser a inspiração e o apoio que outras pessoas precisam enquanto caminham por jornadas semelhantes.

E lembre-se: a verdadeira mudança começa com um único passo.

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